sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Português abaixo

-I'm sorry.

I'm really, really sorry.

I didn't want to be like this but, everytime I see your contagious happiness it makes me hate you even more.

You make me feel it, like there's a joy to be had while living. Like life isn't even that bad after all. It seems worth living and smiling about it.

But this only lasts while we're together. After we go our own ways, it is all gone. Hit by the truth like a hammer, the claws of the tentacles of depression grab me and remind me that the world has no magic in it at all. It is all particles, marching towards either oblivion or dissolution. Nothing has sense, meaning or beauty. Happiness is but a hypothetical concept.

And, for that, you will now die!

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-Eu sinto muito.

Eu sinto muito, muito mesmo.

Eu não queria ser assim mas, toda vez que eu vejo sua felicidade contagiosa ela me obriga a te odiar ainda mais.

Você me faz senti-la, como se houvesse alegria para sentir enquanto vivemos. Como se a vida não fosse tão ruim afinal de contas. Parece valer a pena viver e ainda com um sorriso.

Mas isto só dura enquanto estamos juntos. Depois que vamos cada um para um lado, tudo se vai. Atingido pela verdade como uma marreta, as garras dos tentáculos da depressão me agarram e me lembram que o mundo não tem nada de mágico. Tudo são partículas, marchando rumo ao esquecimento ou à dissolução. Nada tem razão, significado ou beleza. Felicidade não é nada além de um conceito hipotético. 

E, por isso, agora você vai morrer!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Descontinuidade

 Em meio a tantos interesses, identidades, características e personalidades, sempre tive um conflito. Uma tribulação, caso queira.

Dificilmente levo aquilo que me interesso a um nível de seriedade quase absoluto, aquele em que se aprende além da fase da lua-de-mel, aquele em que vejo as pessoas se dedicando dias a fio e aperfeiçoando sua obsessão como se fosse a lâmina de uma faca passando por diversas gramaturas de abrasivos até adquirir um polimento tão fino que se torna indistinguível de um rio durante as neblinas da manhã. O esforço é tão grande, contínuo e prova penitente cabal da dedicação sem-fim que ele próprio desaparece, deixando uma perfeição técnica que reflete uma máscara desesforçadamente fácil. Se torna tão natural que podemos comparar a maestria técnica dessas pessoas focadas a um galho de árvore, enxertado em outra de forma que se torna parte desta e age como tal - compartilhando seiva e vida.

História, música, artes plásticas, design, dentre tantos outros, fazem parte da minha vida porém mais como uma compilação de artigos científicos do que como um livro completo. Por mais que os temas sejam diversos e alguns sejam mais longos e específicos que outros, todos se portam como uma apresentação introdutória.

"Antes saber um pouco de tudo do que muito de uma só coisa"

Lembro nitidamente do dia em que proferi esta frase, talvez pela primeira vez de muitas. E ela não só já me refletia na época como também me acompanha até hoje.

Sob Sol e sob luar, na calmaria e desespero, prometi a mim mesmo quebrar mais este molde. Porém se apresenta como um dos mais densos e mais poderosos. Até mesmo aqui, neste diário, a frequência infrequente se faz parte do problema. Saber que não estou sozinho é reconfortante, mas nada resolve.

Estar cercado daqueles com o mesmo problema só o transforma numa normalidade. É no diferente que se deve buscar a cura.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Estereótipos e contradições - Devaneios óbvios

Enquanto eu ouvia música hoje, me peguei refletindo sobre algumas coisas. Lá vai: 

Engraçado como, ao mesmo tempo em que tentamos nos afastar de estereótipos, são eles que regulam grande parte das nossas vidas - mesmo se estivermos cientes, e tentarmos agir de forma consciente, quanto a eles. São transformados através de uma lógica ferramental, em que cada categoria de pessoa possui uma utilidade, papel ou capacidade. É óbvio que isto vem de tempos imemoriais, em que estes papéis eram considerados (e muitas vezes realmente eram) essenciais para a sobrevivência de cada grupo, mas as consequências destas associações se estendem até hoje através ou dos papéis antigos ou de cargos novos, reforçados pelas ideias antigas.

Para esta análise, vou me deter aos estereótipos de gênero.

Para a lógica social atual as mulheres são vistas (dentre outras coisas) como detentoras da beleza, e está claro que isto permeia o seu dia-a-dia em sociedade de forma perene. Quando nós homens olhamos para as mulheres, é esperado pela norma social que vejamos nelas encanto, gentileza, suavidade, fluidez, graciosidade, entre tantos outros adjetivos que explicam o significado da palavra beleza. Por mais que em uma análise rasa isto possa parecer algo bom (principalmente se a pessoa lendo for homem), o problema está na precisão desta visão: é só isto que se vê.

Não se vê a arte, a inteligência, o esforço, as dificuldades, a velocidade, a sagacidade, a força, a resiliência, a criatividade, nem nenhum outro atributo. Não de forma desassociada do conceito do que é belo. Tudo está sempre ligado ao corpo, e mesmo quando as elogiamos pelo que são e fazem, quase sempre atrelamos tal admiração à estética pessoal do ser, quase que (quando não exatamente) como forma de cortejo. O foco está na perpetuação da espécie. Na reprodução e na valorização dos descendentes. Por isso, também, que seus pensamentos são muitas vezes descartados ou acachapados em detrimento de sua aparência. Esta última já basta e muitas vezes é a única característica desejada pelo outro lado da moeda.

Já nós, os homens, sofremos muito menos desse tipo de análise. Talvez por termos sido - e sermos até hoje - os detentores do maior poder sobre ela própria. Porém, não estamos imunes. Como é difícil olhar para si mesmo e perceber tais coisas, já aceito que minha análise aqui talvez seja mais equivocada do que no primeiro caso. Porém, é visível que o papel do homem recai sobre o conceito de força.

Não sempre a força simples, baseada em músculos ou quantidade de carga. Mas sim na capacidade percebida para a violência. Os homens quase sempre tiveram o papel de defender o grupo e de garantir que as fontes de sobrevivência seriam asseguradas para os tempos que virão, por quaisquer meios fossem necessários. Por isto, precisava ser capaz de, e estar preparado para a, violência.

Já nos dias atuais, estes dois casos se tornam uma espécie de profecia autorrealizável, cuja existência já é suficiente para garantir sua realização. Porque hoje, por mais que o homem não precise ser o defensor da capacidade de sobrevivência e a mulher não precise ser o molde das futuras gerações, há diversas pesquisas que apontam que as pessoas mais atraentes são mais bem-sucedidas. As mulheres não precisam ter filhos nem cuidar das casas, e os homens não precisam caçar nem lutar contra outros homens, porém ainda assim as mulheres consideradas mais "belas" e os homens mais "intimidadores" costumam ter a vantagem. Tanto no âmbito social, quanto no empresarial, quanto no amoroso. A companhia das pessoas consideradas como modelos sempre se faz mais aprazível e vantajosa.

Ou seja, por mais que os motivos atuais sejam outros, um pouco mais distantes de tempos antigos, os resultados ainda são semelhantes e os estereótipos ainda se mantém. Por mais que lutamos contra eles diariamente, é nos nossos instintos que muitas vezes as raízes dessas crenças estão afirmadas.

domingo, 17 de dezembro de 2023

Formatura

Pela primeira vez na mimha vida eu me importei com tanta gente ao mesmo tempo. Tantas pessoas diferentes, porém unidas por uma questão de tempo, e que se deram tão bem. Ver a caminhada de cada um, e o que cada um almeja, busca, luta para conseguir, pratica no dia-a-dia, é algo único.

Espero que realizem aquilo que consideram realmente importante e que seus objetivos se tornem realidade, porque capacidade vocês tem de sobra.

Quando eu criava minha aulas não pensava em como transmitir aquelas matérias, mas sim em como transmitir aquelas matérias para vocês. Ensinar vocês me fez gostar de ensinar.

Eu sempre quis que fossem pensadores independentes, que questionassem e que buscassem, e eu vejo que nisso eu sucedi (por mérito meu ou não).

Se continuarem no caminho que estão hoje, por mim vocês já venceram.

Amo vocês. Não sumam.

🤘🏻

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Vontade de poder parte II: mundo físico

Muito eu falo da força de vontade e da vontade de poder, porém - após eu passar anos sentindo a presença dela - só agora tomei consciência da vontade de poder em sua forma palpável, real, imutável, objetiva,  concreta, pétrea.

A vontade de poder que se manifesta no mundo físico: no mundo das coisas e não das ideias.

E é aí que realmente a entendemos. Quando não há necessidade de abstração ou metáforas, pois ela se faz presente diante de nós como objetos do mundo real que simplesmente não podemos. Não somos o suficiente para poðē-los. Nossa força se faz pouca, nosso poder insignificante, para sermos aquele que poderia.

Nos sentimos extraídos daquele mundo, pois dele não fazemos (mais) parte e quem sabe quando faremos. É aqui que vemos a força de vontade não como uma força mental mística e metafísica, mas como uma chama que deve alimentar nossas ações. É através dela que devemos agir no mundo palpável, se quisermos que nosso resultado também seja no mundo que se toca.

As portas da mente muitas vezes se abrem, mesmo que paraa conceitos simples e claros, quando os observamos e os analisamos em primeira pessoa.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Eventos Divisivos

Normalmente, categorizamos nossas vidas em eventos.

O momento em que quebrei o braço, o dia em que eu formei, quando eu aprendi a andar de bicicleta, o fim do segundo namoro, e por aí vai.

Porém,

falhamos em perceber que o importante da vida não são esses momentos.

O importante da vida,

são todos os momentos. Sejam marcantes - históricos na História do nosso Universo - ou não, todos eles fazem parte da teia que constrói as pessoas que somos. Todos fazem parte do humano que formamos.

Por isso, é preciso sermos conscientes das nossas ações mais corriqueiras. Pois é nelas que construímos, ou desfazemos, nossas vidas. É nelas que aproveitamos o tempo que temos ou o jogamos fora.

É nos momentos mais esquecidos que analisamos, vivemos, aproveitamos, construímos, observamos, destruímos, escolhemos (sem perceber), evoluímos (se é que isso existe), progredimos (outro termo duvidoso), regredimos (que maniqueísmo é esse?) e criamos/desenvolvemos a vida que vive(re)mos.

Não joguemos fora o nosso tempo sendo reativos ou passivos no passar da foice sobre o trigo, pois quando chegarmos em certa altura será nossa vez de ser ceifados.

Olhemos para o que fazemos não com criticismo científico, mas com criticismo de valor. É válido o que eu estou fazendo com a vida que tenho? E desvinculemos disso o que os outros - ou as estruturas socioeconômicas - consideram válido.

O que é válido, é válido para você.

Faça o que queres há de ser tudo da lei, porém primeiramente aprenda o que realmente queres;

domingo, 15 de outubro de 2023

Impaciência

Refém da cachoeira infame de estímulos, distrações, interesses, trivialidades, informações incompletas - e completas, embora raramente. Como que por uma escada espiral, mergulhei passo-a-passo neste funil psicológico; intencionalmente ou não, o caos e a decadência inevitáveis deste sistema monopólico fazem com que o fantasioso e o escapismo se tornem mais e mais interessantes. Buscando fugir da persistência da inabilidade de mudança, inabilidade esta exclusiva da maioria insignificante que se coloca à mercê de uns poucos, damos nossas vidas ao efetivo nada.

Desses estímulos nada provém, a não ser o vício da impaciência, do movimento falso porém continuo e da velocidade elevada que nos impede de parar por sequer um minuto para observar, ler, escrever, criar, nos manifestarmos - e esta lhes é a mais lucrativa - e sermos nós mesmos. Não decidem o que falamos ou fazemos, mas decidem sobre o que falamos e sobre o que fazemos. Assim como também decidem o que não fazemos.

Para mim, se tornou mais difícil escrever de forma não-reflexiva. Como evidente neste exato momento de minha escrita, só tenho escrito sobre o que me passa no momento. Longe está a criatividade e a exploração do inesperado e da invenção. Ainda é possível pescá-las, porém a linha deve ser longa e a pesca deve ser profunda, ambos requerendo uma paciência cada vez mais escassa e reduzida.

Reversível? Sim, assim como qualquer outro vício. Porém, sua facilidade e impensabilidade em sua condução o tornam cada vez mais sádico, pois é um vício que nada custo e que se encrusta em nossa realidade assim como o ar que absorvemos em nossos pulmões.

Longínquos estão os dias em que me bastava observar as chamas enquanto sons feéricos dançavam no ar em torno de mim. Longínquos estão os dias de meditação, criação, solitude, solicitude, honra, devoção, unicidade e mitologias individuais.

Longínquos para trás, em direção ao passado, e provavelmente longínquos para frente, em direção ao futuro. Porém, assim como a ametista presa dentro do geodo, é possível quebrá-lo e revelar, em nova forma espatifado porém talvez mais repleto de nuances e variações.

Muito me apetece a probabilidade e a responsabilidade pessoais de dar sequência a estes projetos de pensamentos, mas obviamente não é algo que me parece fácil. Principalmente se levarmos em consideração a necessidade de fazê-lo dia após dia, de forma totalmente consciente.

Porém, é isso que nos faz tão diferentes das demais espécies. A consciência com a qual realizamos nossas ações. Não devo deixar que esta também se esvaia, mas sim utilizá-la como o antigo martelo que eu jurei que utilizaria para arrebatar o metal da minha vida, porém agora para fender a rocha em que o cristal do verdadeiro valor da minha, enquanto minha, existência se encontra aprisionado

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